Sim, Senhor Celular. Aficionados por Smartphones
- Time do TheWebGuardian
- 1 de jun. de 2023
- 4 min de leitura
Atualizado: 10 de nov. de 2023

Novas tecnologias podem ser analisadas sob o aspecto de “taxa de penetração”. Isso se refere ao tempo que um determinado produto leva para ser usado por uma quantidade suficiente de pessoas – de modo que outros sintam a necessidade de também o possuírem e usarem.
Novas Tecnologias e o Consumismo
Antes da internet, esses produtos eram o rádio, telefone e TVs. O rádio demorou 38 anos para atingir 50 milhões de usuários. O telefone 20 anos. E os televisores 13 anos.
A internet, no entanto, atingiu essa taxa de penetração em apenas 4 anos. O Facebook em 2 anos, e o YouTube em 1 ano! Estamos falando de atingir o patamar de 50 milhões de usuários.
Quando falamos de jogos e mídias sociais, o prazo diminui drasticamente – O jogo “Angry Birds” atingiu esta marca em 35 dias. O Instagram, em apenas alguns poucos meses.
Mesmo o lançamento de um novo modelo de iPhone gera essa procura na semana em que é lançado, muitos esperando em longas filas logo cedo de manhã (e não conseguindo comprá-lo).
Temos um Relacionamento com nossos Dispositivos
Nós experimentamos duas sensações básicas quando pegamos nosso celular e vamos verificar as mídias sociais: alegria ou alívio.
Alegria de ter lido algo ou visto um vídeo e compartilhá-lo. Ou alívio de sentir que não está perdendo nada daquilo que alguém lhe enviou.
Alegria em sentir que você faz parte do grupo. Alívio de ter sido o primeiro a postar ou dar um “like”.
Nosso Medo de Estar por Fora – F.O.M.O.
O FOMO (“Fear of Missing Out” – em português seria “medo/receio de perder/ficar de fora”) tornou-se um termo relacionado à psicologia nos tempos da tecnologia.
Esta síndrome pode gerar dois tipos de comportamento: vicio e/ou obsessão.
Parece forte e talvez assustador usar esta terminologia, mas a verdade é que as formas de comunicação de hoje em dia vêm causando ansiedade.
Ficamos inquietos se escrevemos algo e ninguém responde ou lê. Pegamos o celular dezenas de vezes para conferir as mensagens...
Vício e Obsessão – Você se Sente Assim?
Quando você faz algo que lhe dá prazer/satisfação e você sente necessidade de fazer de novo para ter aquela sensação boa, isto é considerado uma atividade viciante.
Quando você faz algo e sente alívio/conforto de estar por dentro/a par das coisas, ou de ter sido o primeiro a comentar/enviar/responder a algo, isto é considerado atitude obsessiva.
A Obsessão é diferente do vício – ela não ativa as partes do cérebro que produzem a sensação física de prazer. A obsessão vem de reproduzir uma ação a fim de reduzir a ansiedade.
Sociedade à Mercê das Mídias Sociais
No nosso Post Celular na Mão = Falta de Atenção, falamos sobre os problemas físicos (e psico-sociais) que o uso do celular está causando na sociedade.
Você já notou que estamos como zumbis – andando para frente e olhando para baixo? Pior, tropeçando ou causando acidentes...
Perdemos a noção de direção e de direcionamento de nossas vidas. Quando você sair, repare nas pessoas ao seu redor. Nas ruas, no transporte, nas lojas, nas filas.
São cabeças, mãos e celulares. Nenhuma interação social, cada um na sua “concha” com a cara pregada na tela.
Mais importante que isso: perceba você mesmo o seu comportamento. Quantas vezes você pegou no celular durante o dia?
Você precisa realmente usá-lo para algo ou só queria checar se recebeu mensagem? Como você fica quando a internet cai e você perde acesso às mídias?

Estudos sobre Comportamento
Segundo um estudo feito em 2015, conduzido pelo Prof. Larry Rosen PhD, foi pedido a 216 estudantes para instalarem um APP que calculava quantas vezes eles desbloqueavam o celular e quantos minutos gastavam em cada sessão.
O estudo mostrou que, em média, os estudantes desbloqueavam o celular 60 vezes por dia, e que gastavam cerca de 220 minutos/dia na internet. Isto equivale a checar o celular a cada 15 minutos.
E os estudantes faziam essa verificação/checagem mesmo sem terem recebido notificações/alertas.
Veja bem – estamos falando de uma pesquisa feita há 8 anos atrás... Novas gerações já estão aí, ganhando celulares quando ainda nem sabem falar o abc... Hoje, em 2023, temos um cenário bem mais assustador e preocupante.
Ansiedade e Carência – Olhe Primeiro para Dentro
Outras pesquisas recentes sobre o uso de celular em locais públicos têm sugerido que estamos fazendo do celular um “escudo”, para evitar interagir com as pessoas, um tipo de fobia social. O fato é que estamos dando aos cientistas muito material para análises.
Temos que nos avaliar e nos observar. Por quê queremos ficar sempre conectados? O que nos motiva a pegar o celular?
Será que precisamos tanto de aprovação/likes e feedbacks dos outros? Será que estamos carentes de atenção, então ficamos online 24hs/dia?
Traduzo as palavras do Dr. Larry Rosen:
“Tente tornar-se um Humanware (humanize-se) para substituir sua obsessão ou vício com os dispositivos eletrônicos e APPs. Depende de você tomar o controle de volta. Ninguém está te obrigando a verificar mensagens a cada 15 minutos. Preste atenção e descubra o que realmente está te motivando a pegar o celular – seja lá o que for que ele te oferece. Isso dá a impressão que ele é mais importante do que as pessoas que estão bem na sua frente.”
Precisamos dizer mais algo?
NOS VEMOS NOS PRÓXIMOS POSTS!