top of page

Crianças e Teens na Web: Problemas Reais num Mundo Virtual

Atualizado: 12 de nov. de 2024


Crianças e Teens na Web: Problemas Reais num Mundo Virtual

Uma Infância menos Sadia num Mundo Demasiado Precoce

Para nós, nascidos entre os anos 70 e 90, a infância foi bem diferente do que vemos hoje. A forma de educação nas escolas, bem como os papéis dos pais, estudantes e educadores foram mudando nessas últimas décadas.


Infelizmente, tudo parece ter piorado ou ter se denegrido, apesar das facilidades que a tecnologia nos trouxe.


Outros tipos de problemas também estão surgindo, e vão muito além do escopo do convívio familiar. Muitos se relacionam ao próprio senso de identidade.


Hoje, as crianças e adolescentes são pessoas que começam a sofrer de doenças psicológicas e psicossomáticas muito mais cedo.


Pais vêm procurando a ajuda de psiquiatras e terapeutas para tentar lidar melhor com os constantes “bullyings”.


Cada vez mais frequentes são os casos de distúrbios alimentares (anorexias, bulimias), estados depressivos ou de ansiedade...


Falta de auto-estima e uma série de condições adversas que um jovem não deveria nem ter conhecimento...


Primeiras Impressões São Importantes

Crianças são seres que estão experimentando tudo pela primeira vez. Sob a atenção, a tutela, os cuidados e as responsabilidades que cabem aos pais, vão se adaptando às condições e ambientes.


Interagindo socialmente com colegas e vizinhos, coletando informações e impressões de tudo (e todos) que os cercam.


Tudo isso vai moldando o caráter, a personalidade, o senso de moral e ética, do bom-senso, respeito e consideração, influenciando suas futuras decisões como indivíduos.


Quanto Mais Natural, Mais Saudável

O advento da internet “batizou” esse ambiente natural com uma realidade virtual. Como sabemos, virtual significa algo que é artificial – não condizente com o natural/normal.


Algo criado para imitar, uma forma de ilusão – uma falsa impressão do que é real.


Este ambiente virtual está nos separando do que é natural. Mas o que é natural? Difícil dizer nesse momento tão turbulento.


Mas considere que a raça humana e suas principais civilizações tiveram basicamente o mesmo tipo de infância, até a chegada da internet.


Ou seja, há mais de 5 milênios, crianças experimentaram a infância e adolescência da mesma forma, mesmo tendo diferentes berços culturais e tradições.


A interação com outras crianças era feita através de momentos de estudo/aprendizado coletivo e de momentos de lazer em grupo - um contato físico face-a-face, uma interação num ambiente real/palpável.


Quem não se lembra da turminha de amiguinhos da rua ou da escola? Jogos como bater bafo, jogar taco, queimada, troca de papéis de carta? Bailinhos com música e dança?


Bullying – Termo Novo para Algo que Sempre Existiu

A internet também “criou” termos para coisas que sempre existiram na sociedade. Bullying nada mais é do que ser maldoso com alguém.


Intencionalmente desejar ou criar uma situação em que uma pessoa se sinta envergonhada ou embaraçada, ou diminuída / fragilizada.


E, convenhamos - crianças nascem com esse “dom”... Não têm a mínima noção de bem e mal ou de bom ou mau. Não pensam antes de falar, ainda não têm os princípios do discernimento.


Somos todos Iguais, mas só Vemos as Diferenças

Para as crianças, e até mesmo para muitos adultos ignorantes, tudo pode se tornar um motivo para “tirar sarro” de alguém: ... Se alguém é muito gordo (ou magro), se usa óculos, se é baixinho, se não é bom nos esportes, se usa roupa diferente...


São pré-conceitos que sempre existiram no mundo chamado “civilizado”. Quer seja a raça, o sexo, a aparência física, o nível social, a religião, a tradição cultural, a preferência sexual...


Tudo que é diferente ao que se conhece (ou se aceita/respeita) pode tornar-se motivo para banalizar ou tentar machucar alguém.


Toda criança já teve um chiclete grudado no cabelo, já levou uma rasteira ou empurrão, já teve apelidos pejorativos, não foi escolhida para fazer parte da turma/time...


Não que essas atitudes devam ser aceitas, ou que devamos nos conformar com isso. Afinal, como adultos, sabemos que cada ação tem uma consequência.


Mas os pais são os responsáveis por dar esse direcionamento ético e moral aos filhos, fornecendo as diretrizes para um bom convívio social.


Para crianças pequenas, principalmente através de exemplos de boas ações e condutas.


Para os jovens adolescentes, através de um rigor educacional, estipulando restrições e permissões, fazendo-os participar de afazeres que demandem responsabilidade e atenção.


Por quê Crianças não Devem ser Tratadas como Adultos

A ciência comprova que entre a idade de 10 a 12 anos, os hormônios oxitocina e dopamina começam a influenciar muito o comportamento das crianças - a sua produção é dobrada nessa fase.


Essas substâncias são conhecidas como “hormônios da felicidade”. São associados à sentimentos de recompensa, admiração e satisfação.


Isto normalmente estimula a busca de aceitação social - incluindo a atenção e a aprovação de outras pessoas (colegas). A criança sente-se especialmente feliz se alguém faz um comentário positivo sobre sua aparência, seu jeito de ser, etc.


Esses sentimentos de prazer também ocorrem nos adultos ao usar mídias sociais. Entretanto, há 2 grandes diferenças:


Adultos têm mais senso de si mesmos, e são bem menos dependentes do feedback (aval) de outras pessoas.


Além disso, seu córtex pré-frontal é muito mais desenvolvido. Essa parte do cérebro ajuda a regular as respostas emocionais associadas à recompensas sociais.


Simplicando - crianças e teens são inexperientes, não têm auto-controle emocional e precisam de direcionamento. São muito mais sensíveis a tudo que os rodeia.


Interações Presenciais são Diferentes de Interações na Web

Segundo pesquisadores, as interações online são muito diferentes das interações face-a-face. Isto porquê as interações na web são permanentes - e públicas, e anônimas.


Nas mídias sociais, tudo que é postado pode gerar uma reação imediata - como um comentário, um “like”, uma visualização, um compartilhamento - e até “seguidores”.


As interações fora da web não nos fornecem uma reação - nunca se sabe o que a pessoa vai pensar ou falar de você depois do bate-papo.


Por esse motivo, muitos educadores, pais e terapeutas consideram que o uso de mídias sociais torna as crianças muito mais vulneráveis, e em muitos casos, mais “exploráveis”.


Se por um lado, há uma sensação passageira de aceitação e satisfação provida pelas mídias sociais, o inverso também é verdadeiro: crianças são cada vez mais assediadas, sofrendo bullyings e perdendo o senso de auto-estima.


Mesmo conscientes de tudo isso - pais continuam dando smartphones a seus filhos inexperientes... Afinal, quem precisa de mais orientação nesse momento?


Os Pais que não Colaboram (e acabam atrapalhando)

Além de darem smartphones aos filhos, como se fossem brinquedos (e para livrá-los da atenção que poderiam dar), pais estão expondo seus filhos nas mídias...


Postando fotos, compartilhando-as em diversos grupos, divulgando imagens que, em teoria, são muito pessoais. Esquecem-se de que tudo que se publica na internet fica lá.


Qualquer um tem acesso - todos podem copiar, reenviar, alterar, e o pior de tudo - usar para prejudicar você, ou alguém...


Assista esse vídeo, que explica os reais problemas que podem ocorrer com a exposição de dados pessoais, especialmente de crianças, na web... Clique Aqui.


Estatísticas sobre o Uso da Internet pelas Crianças e Adolescentes

  • A maioria dos adolescentes passa em média 6 horas por dia online, e 92% são usuários de mídias sociais

  • Quase 50% dos adolescentes já foram vítimas de cyberbullying, majoritariamente através das mídias sociais ou de jogos online

  • Segundo pesquisa de 2022, as categorias mais acessadas na internet por crianças e adolescentes são: vídeo/áudios (44%), plataformas de comunicação (17%), e-commerce (16%) e jogos/games (13%)


O Que Dizem os Estudos e Pesquisas

Uma série de 19 estudos - feitos com teens de 11 a 20 anos, pelo Adolescent Report Review em 2021, aponta os benefícios e os problemas que os próprios teens revelaram com relação às suas interações nas mídias sociais:


Pontos positivos:


  • As midias os ajudaram a criar intimidade com seus colegas

  • Crianças tímidas dizem ter aprendido a fazer amigos

  • Dizem que as ajudaram a manter contato com familiares que moram longe

  • Algumas dizem que as mídias as ajudaram a revelar sua verdadeira identidade

  • Outras dizem que as mídias aumentaram a auto-confiança

  • Muitas crianças afirmam que a web as ajudou a aprender sobre novos assuntos

  • Várias crianças dizem que a web as ajuda a melhorar o humor e disposição

  • Outras afirmam que usar as mídias alivia a sensação de tédio e/ou de irritação


Pontos Negativos:


  • Muitos dizem ter sofrido ameaças e bullyings

  • Alguns sentem que existe uma atmosfera de criticismo e negatividade na web

  • A maioria delas se preocupa demasiadamente com a popularidade

  • Algumas sentem vergonha de postar algo, pois têm medo dos feedbacks

  • Muitas crianças crêem que existem problemas com má-interpretação do que escrevem ou do que lêem

  • Várias crianças dizem que a pressão de checar constantemente o celular as atrapalha nos estudos

  • Muitas delas reportam sentimentos de rejeição, frustração e não-aceitação

  • Questionam sobre a honestidade dos outros, bem como a facilidade de mentir sobre si mesmos - como os falsos perfis

  • Na maioria dos estudos, as mídias sociais são vistas como uma fonte de preocupação e pressão

  • A maioria das crianças não quer lidar com o julgamento que os outros fazem delas

  • Algumas delas inclusive não gostam de se deparar com conteúdo negativo ou problemático


Que tal Reavaliar Nossas Visões?

Leias as palavras do Dr. Mitch Prinstein, Diretor-Chefe de Ciências da Associação Americana de Psicologia (APA) sobre esse assunto:

Já é tempo de pararmos de tentar lucrar com as crianças e seus cérebros em desenvolvimento. Pela primeira vez na história, estamos abrindo mão do controle autônomo de nossas relações sociais e interações. Estamos permitindo que inteligências artificiais e máquinas que aprendem tomem decisões por nós. Já estamos cientes de como isso tem criado imensas vulnerabilidades na nossa forma de viver. É mais amedrontador ainda pensar que podemos estar alterando o desenvolvimento cerebral de uma geração inteira de crianças e jovens.

Questões para Reflexão

Somos de uma geração sem muito mi-mi-mi. Se fazíamos frescura com a comida, ficávamos sem comer. Ficar chorando no meio do mercado porquê mamãe disse que não pode comprar tal coisa, nem pensar.

Fomos educados desde pequenos que nada cai do céu. Que querer não é poder. Que desejar é bem diferente de precisar/necessitar.

Então, pare e reflita: A criança “precisa” de um celular? Ela já sabe ler e escrever? Você já delegou alguma responsabilidade à ela (ajudar na limpeza, arrumar o quarto)?

Ela sabe se locomover sozinha usando transporte público? A escola requer algum tipo de ensino virtual? Se respondeu NÂO a todas essas perguntas, a criança NÂO precisa de celular.

Que tal usar esse dinheiro para estar mais presente na vida da criança? Fazer uma viagem juntos? Juntar os colegas para um pic-nic no quintal? Ir brincar num parque? Assistir a um filme?

Estimular relações mais reais e produtivas - Por que não engajar a criança em algo saudável ou produtivo, como aprender um idioma ou fazer um esporte / fazer artesanato?

Fique ligado - em breve publicaremos um Post Relacionado, apontando As 6 Principais Ameaças para Crianças e Teens na Web - Cadastre-se em nosso Blog agora!


NOS VEMOS NOS PRÓXIMOS POSTS!

Sites Pesquisados:https://www.apa.org/news/apa/2022/social-media-children-teens; https://www.psychologytoday.com/us/blog/evidence-based-living/202110/the-pros-and-cons-social-media-youth

2023 - Criado e Desenvolvido por TheWebGuardian - Blog Informativo sem fins lucrativos.

bottom of page